Em palestra economista analisa quais as políticas públicas para o desenvolvimento e sustentabilidade global
Na América Latina, a redução na pobreza está estancada desde 2012. Essa é uma das conclusões apresentadas na palestra Horizontes para a América Latina e o Caribe: a ineficiência da desigualdade ministrada nesta sexta-feira (29), na Codeplan, pelo economista Carlos Henrique Fialho Mussi, diretor da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) no Brasil.
Carlos Henrique Mussi apresenta a palestra sobre as políticas públicas para o desenvolvimento e sustentabilidade global.
Para o economista, estamos perdendo a produtividade desde 2012 a 2013. “O Estado mostra estancamento da pobreza, pois estamos perdendo a produtividade e não basta a soma de ações nacionais: requer instituições multilaterais para uma maior cooperação global.
Mussi defende a necessidade de fortalecer a governança financeira global e aumentar a cooperação tributária global e a corresponsabilidade entre devedores e credores.
Para ele, ter provisão de bens públicos globais como estabilidade financeira, pleno emprego e conservação da integridade ecológica de recursos comuns, meios de implementação, além de diminuir as brechas de financiamento, de tecnológicas e comerciais.
O palestrante destacou o acordo de Paris sobre cambio climático e a integração regional para propor novos acordos que fechem as assimetrias financeiras, tecnológicas e comerciais em nível global, concluiu.
Os fatores como a revolução tecnológica, climática e demográfica posicionam-se dentro do estilo atual de desenvolvimento na agenda de 2030 para o desenvolvimento sustentável. Segundo ele, houve ruptura no ciclo do investimento que dificulta a construção de capacidades, pois a estrutura produtiva é pouco diversificada, e que a persistente diferença de produtividade põe em perigo os ganhos sociais no longo prazo na América Latina, Caribe e União Europeia.
Índice para uma vida melhor da OCDE
Os indicadores do bem-estar são satisfação pessoal, segurança, meio ambiente, engajamento cívico, comunidade, empregos e renda, habitação, equilíbrio trabalho-vida, saúde e educação. Ele explicou que cada dimensão do bem-estar é medida de um a quatro indicadores do conjunto de vida melhor da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Macroeconomia para o desenvolvimento
O professor acredita que políticas macroprudenciais podem evitar a formação de estruturas financeiras frágeis e “bolhas” de ativos e crédito – em especial a dívida pública -, administrar os fluxos de capital externo como uma forma de manter a estabilidade financeira, blindar o investimento público frente aos altos e baixos da atividade econômica e evitar que seja usado como variável de ajuste nas fases descendentes do ciclo, além de combater a evasão e elisão fiscal e melhorar o impacto redistributivo da política fiscal.
Igualar as capacidades para aumentar a produtividade
Ao concluir a palestra, disse que as políticas universais de inclusão social – educação, saúde e nutrição – contribuem para aumentar as capacidades humanas, incrementar a produtividade e o crescimento econômico, ao mesmo tempo que se instala uma cultura de direitos e de cidadania social.
Veja a apresentação “Horizontes para a América Latina e o Caribe: a ineficiência da desigualdade“.
Reportagem: Eliane Menezes, da Codeplan
Edição: Ana Paula Cortes, da Codeplan
Fotos: Toninho Leite, da Codeplan
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