Os últimos resultados de aferição do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que o PIB do Distrito Federal cresceu menos (4,3%) que a média nacional (7,5%), ficando em 8° lugar no país, mas mantendo a primeira posição em renda per-capita. A preocupação com esse despenho da economia não é desprezível, mas, pelo menos, igual interesse deveria merecer o desenvolvimento social.
O DF tem características econômicas específicas, predominando as atividades de comércio e serviços (93,2%), sendo o serviço público responsável pela maior parcela do PIB local (54,4%). As atividades industriais e agropecuárias têm baixo peso e quando sofrem oscilações significativas no país, isso afeta a comparação entre os PIB local e nacional, conforme evidenciado pelo presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.
Em relação às desigualdades, os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD/2011, Codeplan) indicam elevada disparidade entre as regiões administrativas. Enquanto a renda per capita no Lago Sul é de 10,56 salários mínimos, na Estrutural situa-se em 0,56. Essa distância de 19 vezes entre a maior e a menor renda sugere que os ativos que podem reduzi-la são os gastos/investimentos em políticas sociais.
As políticas que impulsionam o desenvolvimento social são as de promoção (educação, qualificação profissional, cultura e inclusão produtiva) e as de proteção (transferência de renda, previdência, assistência social, saúde e segurança alimentar e nutricional).
A avaliação da desigualdade e da pobreza deve ir além da renda. Uma menor taxa de crescimento do PIB econômico pode ser compensada, no curto e médio prazo, pelo aumento do PIB social, com a ampliação, qualificação e continuidade das políticas sociais, especialmente para as pessoas extremamente pobres, pobres ou de baixa renda.
Artigo publicado no Jornal de Brasília em 13/12/2012