Governo do Distrito Federal
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1/12/21 às 13h01 - Atualizado em 1/12/21 às 15h45

Codeplan divulga panorama das Infecções Sexualmente Transmissíveis entre os jovens no DF

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Estudo, realizado a pedido da Sejuv, analisou três ISTs, uma do grupo das curáveis e duas do grupo das tratáveis

 

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias, ou outros microorganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio de contato sexual sem preservativo, feminino ou masculino, com uma pessoa que esteja infectada. Também podem ser transmitidas da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação, e de maneira menos comum, por meio de contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 1980 a 2020, foram detectados no Brasil 1.011.617 casos de aids. O Distrito Federal ocupa a 27ª posição no ranking de detecção de casos da enfermidade entre as capitais, com taxa de detecção 14,7 casos por 100.000 habitantes (BRASIL, 2020a).

 

As notificações de Sífilis na Federação, em 2019, chegaram a 72,8 casos de adquirida (Cada 100.000 mil habitantes), 20,8 casos em gestantes e 8,2 casos de sífilis congênita (Ambos há cada 1.000 nascidos vivos). Diferentemente dos diagnósticos de aids (27ª posição), nos casos de sífilis a Capital encontra-se entre as dez unidades federativas com maiores taxas de sífilis congênita (8,4 por 1.000 nascidos vivos), e na gestação (15,4 por 1.000 nascidos vivos).

 

Já as taxas de incidência de hepatite no DF apresentam tendências análogas à do Brasil. Quando comparado as demais taxas nas capitais do país, Brasília ocupa a 19ª posição para hepatite A, 18ª para hepatite B e 17ª posição para hepatite C.

 

As regiões administrativas com mais notificações no período de análise foram Ceilândia (134.633 mil jovens entre 12 e 29 anos) e Samambaia (71.721 mil jovens entre 12 e 29 anos), ambas com maior população na faixa etária estudada. RAs com menos habitantes, como Fercal (3,254 mil jovens entre 12 e 29 anos) e do SIA (797 jovens entre 12 e 29 anos), foram detectadas menos casos.

 

Os maiores números de diagnósticos foram de aids, sífilis adquirida e HIV, respectivamente. A infecção por HIV foi mais prevalente em jovens entre 19 e 24 anos, enquanto a de aids foi mais prevalente a partir dos 25 anos.

 

A análise por gênero mostrou que a maior parte das notificações dessas infecções foi entre pacientes do sexo masculino. Exceto as hepatites virais e sífilis gestacional (Acomete apenas grávidas).

 

De acordo com dados Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) do DF, em 2015, 23,2% dos jovens escolares do nono ano já haviam iniciado a vida sexual. A proporção de alunos que tiveram essa iniciação em 2015 foi mais que o dobro da proporção de alunas: 67,9% das meninas reportaram usar camisinha na primeira relação, o que representa 13 p.p. a mais que a proporção de meninos que reportou a mesma coisa.

 

Os casos de ISTs em evolução da Capital pode ser um fator preocupante para as autoridades de saúde. Uma vez que além dos ricos de saúde e o aumento no número de contaminação, há um custo de saúde associado a longos tratamentos e até mesmo vitalício.

 

“Conhecer os jovens e a sua realidade é um fator determinante para a construção de políticas públicas efetivas que possam beneficiá-los. E a parceria firmada entre a Sejuv e Codeplan é um presente para a juventude do Distrito Federal, já que é mais um instrumento que nos permite buscar iniciativas bem-sucedidas. Dessa vez, temos o lançamento do Panorama das notificações de infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre jovens do DF, que traz dados significativos e importantes para futuras ações da nossa pasta.”, afirma a secretária de Juventude, Luana Machado.

 

A gerente de vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do DF, Beatriz Maciel Luz, explica que o caminho para a prevenção é o conhecimento e a conscientização. “O estudo sobre o panorama das IST entre os jovens no DF é de muita relevância já que essa população é considerada prioritária por estar mais vulnerável às infecções. Os jovens muitas vezes se colocam em situação de risco às IST (sexo sem proteção, consumo de álcool e outras drogas e exposição à violência) e, quando têm acesso ao conhecimento e à conscientização sobre a temática, podem reduzir os efeitos da vulnerabilidade; priorizando o autocuidado e a prevenção. O estudo demonstra o aumento do número de casos entre os jovens e, portanto, precisamos aprimorar as estratégias intra e intesetoriais (saúde, educação e assistência social, por exemplo) de comunicação e de educação em saúde para falar sobre prevenção, diagnóstico e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis.”, disse.

 

Existem atos em curso no Distrito Federal para conscientização e prevenção, como a Semana Distrital de Ações e Prevenção ao HIV/Aids, regulamentada pela Lei nº 4.235, de 30 de outubro de 2008, que prevê ações, como palestras e seminários sobre o tema, oficinais de capacitação para educadores e reapresentações da sociedade civil em estabelecimentos públicos de ensino e de saúde, repartições públicas, penitenciárias. A Secretaria de Saúde do DF também disponibiliza preservativos, gel e profilaxia pré e pós-exposição ao HIV e outras ISTs em suas unidades de atendimento, além de tratamento gratuito para HIV, Hepatites B e C, sífilis e outras ISTs.

 

“Dados de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) entre 2007 e 2017 para jovens entre 12 e 17 anos no DF, mostram maior aumento nas notificações de HIV e sífilis. Há uma redução nas notificações de hepatites virais. Pessoas do sexo masculino são maioria nas notificações da maior parte das ISTs. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015 para o nono ano do ensino fundamental, mostram que a proporção de meninos que já tiveram relação sexual é mais que o dobro de meninas. 86,3% dos jovens escolares receberam orientações sobre ISTs na escola”, esclareceu Gustavo Frio, gerente de pesquisas da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan.

 

METODOLOGIA

 

O estudo analisou três ISTs, uma do grupo das curáveis e duas do grupo das tratáveis: a sífilis adquirida, em gestantes e congênita; e HIV/aids e hepatites virais, no período de 2007 a 2017, exceto a sífilis adquirida (2007 a 2015), em função da disponibilização de dados da SES-DF.

 

A análise feita pela Codeplan considera jovens entre 12 a 29 anos, de acordo com os critérios estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Política Nacional de Juventude (PNJ), que definem adolescência o período entre 12 e 18 anos e jovens na faixa etária de 15 e 29 anos, respectivamente. As idades foram dividas nos seguintes grupos: 12 a 18 anos, 19 a 24 anos e 25 a 29 anos.

 

Acesse o Estudo “Panorama das notificações de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre jovens do Distrito Federal

Acesse o Sumário Executivo

Assista a apresentação do estudo no canal oficial da Codeplan no Youtube.

 

Matéria: Kaszenlem Rocha, supervisão de Renata Nandes – Ascom/Codeplan

Foto: André Borges, Agência Brasília

 

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