Júlio Miragaya
Presidente da Codeplan e Conselheiro do Conselho Federal de Economia

Nas últimas semanas duas importantes instituições públicas brasileiras, com excepcionais serviços prestados  ao País, têm ocupado boa parte do noticiário de uma forma bastante negativa: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Petrobras.

Fundado em 1937, herdeiro da antiga Diretoria Geral de Estatística criada em 1871 e responsável pela aplicação do primeiro Censo Demográfico em 1872, o IBGE soma 77anos de atividade. Ao longo do tempo, com os censos demográficos e econômicos, as diversas pesquisas e estudos realizados, o IBGE tem contribuído para que o País disponha de um amplo rol de informações, permitindo a realização do planejamento governamental e maior precisão na elaboração e avaliação das políticas públicas.

Fundada em 1953, a Petrobras tornou-se em 61 anos uma das maiores empresas de energia do mundo, comum papel decisivo em praticamente levar o Brasil à autossuficiência em petróleo e derivados, desenvolver a melhor tecnologia do mundo em exploração de petróleo e gás natural em águas profundas e, recentemente, realizar a descoberta de enormes reservas de petróleo e gás na chamada faixa do pré-sal.

Pois essas duas notáveis instituições brasileiras têm sido fortemente atacadas por algumas forças m políticas, em grande parte baseada sem versões falaciosas que visam unicamente a obtenção de dividendos eleitorais, sem a menor preocupação com o enorme prejuízo que tais acusações acarretam à credibilidade de IBGE e Petrobras.

No Brasil, infelizmente, a política tem enveredado cada vez mais no terreno do “vale tudo eleitoral”, onde o compromisso com a verdade virou letra-morta. Não é a primeira vez que ataques dessa natureza ocorrem. Para aqueles que valorizam e defendem as empresas públicas, fica a expectativa de que ambas sobreviverão a mais esse vendaval.

Jornal de Brasília,01 de maio de 2014