Governo do Distrito Federal
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10/11/15 às 20h48 - Atualizado em 29/10/18 às 12h07

Brasília lidera ranking da inflação

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Nos últimos dois meses, tanto pelo IPCA quanto pelo INPC, Brasília vem liderando o ranking da alta inflacionária

Transportes, com 3,64%, grupo que pressionou o resultado no mês de outubro deste ano, segundo a análise do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, divulgada hoje,10, na Companhia de Planejamento do Distrito Federal, traz como carro-chefe da inflação o ônibus urbano, que apresentou variação de 23,08%, seguido do Etanol, 7,08% e gasolina, 3,40%.

Brasília teve a segunda maior taxa de variação mensal deste ano e ficou acima do IPCA/Brasil, que apresentou alta de 0,82%. A análise, apresentada por técnicos da Codeplan, é feita com base nos dados apurados pelo IBGE, que registrou alta de 1,24% no Distrito Federal, com redução de apenas 0,01ponto percentual comparativamente ao mês anterior.

Segundo ainda a análise do IPCA, o grupo Transportes contribuiu com 0,69 ponto percentual para a formação do IPCA/Brasília do atual mês. No ano, o percentual acumulado pelo grupo alcançou 4,09% e, em doze meses, 8,44%. Os dois ficaram abaixo da média do IPCA/Brasília.

Nos dois últimos meses, a inflação em Brasília impactou mais do que nas 13 localidades onde o IBGE realiza a pesquisa. “Essa inflação é muito em função do reajuste das tarifas dos transportes urbanos e, no caso do IPCA, de reajustes das passagens aéreas”, afirmou o gerente de Contas e Estudos Setoriais, Jusçanio Souza, da Codeplan. Ainda, de acordo com Jusçanio, houve forte contribuição dos reajustes dos combustíveis, do gás de cozinha e das tarifas de energia elétrica, água e esgoto.

Saúde e cuidados pessoais
Na parte de saúde e cuidados pessoais, o papel higiênico e produto para higiene bucal estão entre as maiores altas do mês dentro do grupo. Para esse grupo, foi computada variação de 0,78% em outubro de 2015, com contribuição de 0,08 ponto percentual para a formação do IPCA/Brasília do mês.

Contrariando a inflação, nesse grupo, houve queda nos preços dos artigos de maquiagem, lentes de óculos e de contato, além dos remédios psicotrópicos e anorexígenos. No ano, o grupo acumulou alta de 7,13% e, em doze meses, de 7,56%, ambos abaixo da média mensal do IPCA/Brasília.

Vestuário
O grupo Vestuário computou variação mensal de 0,74%, com contribuição de 0,05 ponto percentual para o índice geral de outubro. Entre os itens com maiores variações no grupo estão tecidos, joia, sandália/chinelo feminino, camisa/camiseta infantil, bolsa e blusa. As maiores quedas ocorreram nos itens: vestido infantil, calça comprida feminina, artigos de armarinho, sandália/chinelo infantil, sapato masculino e bermuda e short infantil. No ano, o grupo Vestuário acumulou variação de 4,64% e, em doze meses, de 5,43%, bem abaixo da média do índice geral do mês em Brasília.

Habitação
O grupo apresentou em outubro de 2015 a terceira menor variação mensal, de 0,64% e contribuição de 0,11ponto percentual para o índice geral de Brasília. Entre as maiores altas estão: detergente, gás de botijão, revestimento de piso e parede, tijolo e amaciante. As maiores baixas deram-se nos itens: sabão em barra, sabão em pó, cimento, tinta e água sanitária. No ano, o grupo Habitação acumulou a variação de 15,65% – quase o dobro da média geral – e, em doze meses, de 16,50%, também bem acima dos 9,21% contabilizados pelo IPCA/Brasília em outubro.

Menor variação
A menor variação do mês, -0,72%, ocorreu no grupo Artigos da Residência. Esse grupo contribuiu com o índice geral com -0,03 ponto percentual. Os serviços de cabeleireiro foram os que sofreram aumento maior, mas ocorreram reduções nos preços da bicicleta, da máquina fotográfica e no tratamento de animais. No ano, o grupo acumulou variação de 1,67% e, em doze meses, de 0,91%, bem abaixo da média do IPCA/Brasília.

Já a segunda menor variação do IPCA/Brasília, em outubro de 2015, verificou-se no grupo Educação, de 0,07%. Artigos de papelaria foram os que mais subiram, 1,24%. No ano, o grupo acumulou variação de 8,08% e, em doze meses, de 8,54%, variações próximas da média do IPCA/Brasília.

 

INPC

Ao fazer a análise do INPC, Jusçanio disse que, desde agosto de 2015, o INPC/Brasília passou a registrar variações mensais acima da média do INPC/Brasil, assumindo convergência dos números índices. No mês de outubro, o número índice do INPC/Brasília, com base em dezembro de 2012, já ficou acima do número relativo ao INPC/Brasil. “Entretanto, ao comparar os resultados do INPC/Brasília de 2015 com iguais meses de 2014, verifica-se forte pressão do efeito inflacionário neste ano. Somente em dois meses desse ano, a inflação medida pelo INPC/Brasília foi menor que a de igual mês de 2014”, pontuou.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, o grupo que mais impactou sobre o resultado do INPC/Brasília, de outubro de 2015, foi Transportes, com alta de 7,86%, seguido do grupo Alimentação e Bebidas, 1,05% e do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, 1,03%. A menor variação ficou no grupo Artigos de Residência, com deflação de -0,71% e no grupo Educação, com variação de 0,10%.

Ao finalizar a apresentação, Jusçanio afirmou que tanto pelo IPCA quanto pelo INPC, Brasília vem liderando o ranking de alta inflacionária nos últimos dois meses, e que o IPCA/Brasília deve fechar o ano perto dos 10%, e o INPC/Brasília, acima desse patamar, confirmando, neste ano, que a inflação foi bem mais impactante para as famílias com renda média de até cinco salários mínimos.

 

ICDF

O economista da Ceasa, João Bosco Junior, ao fazer a análise da variação do índice da Ceasa, disse que houve variação positiva na média geral dos preços de 1,28% no mês de outubro comparado com o mês anterior.

Segundo o economista, os produtos comercializados no âmbito da Ceasa do DF, o setor de Frutas apresentou leve aumento de 0,79%, destacando-se o limão tahiti, com 69,84% e o maracujá, com 16,49%. Já o setor de Legumes registrou aumento de 2,17%, com destaque de alta para o pimentão-verde, 114,49%, abobrinha-italiana, 29,63%, chuchu extra, 26,94%, quiabo extra, 20,85% e tomate extra, 12,79%. “Menos chuvas e aumento dos custos da produção contribuíram para essa elevação”, justificou Junior. Enfatizou ainda que, contrariando a inflação, a cebola registrou queda de menos 49,74%, a batata-lisa, menos 15,56% e a cenoura extra, menos 11,30%. “Tanto a cebola e a batata-lisa têm muito peso no DF”, concluiu.

Com relação ao setor Verduras, registrou-se forte elevação no mês, 6,25%, com alta, principalmente da couve-flor, 56,06%, milho-verde, 15,68%, repolho, 13,99%, menor oferta devido às mudanças climáticas. O milho também sofreu pressão de custo, por exemplo, da alta da energia elétrica. Relacionados à boa produção estão o espinafre, com queda de 0,65% e couve-manteiga, 2,22%. No setor de Ovos e Grãos, houve variação de 2,74%.

Após a apresentação dos índices, o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, abriu espaço para o debate. Ele destacou o impacto decisivo dos transportes com o aumento das tarifas na inflação de Brasília, o que contribuiu para pesar no bolso dos menos favorecidos.

Veja os dados completos: IPCA – INPC

Reportagem: Eliane Menezes
Imagem: Arquivo Codeplan 

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