Os resultados do Produto Interno Bruto do Distrito Federal relativos ao ano de 2012, divulgados hoje, 14, pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal mostram que o DF se mantém na sétima posição entre as maiores economias do Brasil, com crescimento de 3,9% enquanto o PIB nacional cresceu 1,0% em relação ao ano anterior.

De acordo com a pesquisa apresentada pela coordenadora do Núcleo de Contas Regionais, Sandra Regina, o PIB/DF, responsável por 3,9% do PIB brasileiro, cresceu 3,2%. “O resultado foi composto por R$ 148,859 bilhões referentes ao valor adicionado bruto e R$ 22,376 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios”.

O presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, ao fazer uma análise do comportamento do PIB do DF, disse que o PIB apresentou estabilidade no período, com peso maior no setor público. “A oscilação do PIB do Brasil ocorreu em função da crise internacional que afetou sobretudo o setor industrial, em praças importantes como São Paulo e Porto Alegre”.

Sandra enfatizou que a atividade “Administração, Saúde e Educação Públicas” teve maior peso na economia do Distrito Federal, com 54,7 %, em 2011, subindo para 55,2% em 2012, sendo o setor Serviços predominante na economia do Distrito Federal, com participação de 94,0%.

Sandra afirmou, ainda, que o índice de volume do PIB-DF, que mede o produto real gerado pela atividade econômica, expandiu 3,2% em 2012, superior à média brasileira de 1,0%. “Foi a variação positiva de 3,2% do setor Serviços a grande responsável pelo bom desempenho da economia. No valor adicionado, o setor industrial cresceu 4,8% e o agropecuário retraiu 15,9%”.

Mas, apesar do crescimento ter sido superior à média nacional, a participação do DF no PIB nacional apontou ligeira queda ao comparar 2011, que teve 4,0%, contra 3,9% de 2012. Segundo a pesquisa, essa queda deveu-se à variação nominal do valor do PIB-DF ter sido inferior à do PIB Brasil.

Com relação às participações das atividades Intermediação Financeira, Seguros e Previdência complementar e Comércio também cresceram, de 9,7% para 10,0% e 6,4% para 6,7%, respectivamente. Os destaques foram para as atividades Comércio, 4,5%, Transportes, Armazenagem e Correio, 4,2%, Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar, 4,1%, Serviços de Informação, 4,0% e Administração, Saúde e Educação Públicas, 3,2%, decorrente do bom desempenho apresentado pelos segmentos de Saúde e Educação Públicas. Atividades Imobiliárias e Aluguéis caíram 2,3%.

Embora a participação relativa da indústria tenha reduzido de 6,4% para 5,7% do valor adicionado de 2011 para 2012, a variação em volume foi de 4,8%. No setor, as atividades que mais contribuíram foram Construção Civil, 6,5%, refletindo os investimentos públicos e privados em obras, Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, 2,8% e Indústria de Transformação, 2,4%. A Agropecuária, responsável por apenas 0,3% de seu valor adicionado, apresentou decréscimo em seu volume de 15,9%, resultado da retração observada na produção de alguns dos principais produtos das Lavouras Temporárias do DF: feijão, tomate e soja, o que levou o setor a contribuir negativamente neste ano.

Para o gerente de Base de Dados da Codeplan, Jusçanio Souza, “é preciso olhar para a estrutura produtiva. Traria mais conforto na arrecadação caso o Distrito Federal tivesse um segmento industrial”, argumentou ao comentar o gráfico da variação em volume do PIB 2003-2012.

Estiveram presentes na divulgação do PIB o representante da Fecomércio, José Eustáquio Moreira de Carvalho, o vice-presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Luiz Eugênio Duarte, o gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae, Fernando Neves dos Santos, além de representantes da Fibra, Emater, entre outros. 

Confira os dados completos aqui.

Reportagem: Eliane Menezes/Valda Queiroz
Foto de capa: Mauro Moncaio