Osvaldo Russo

Diretor de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan

Juscelino, os arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer e o engenheiro Israel Pinheiro, com milhares de obreiros de todo o País, construíram Brasília em apenas três anos e meio. A nova capital criou um novo eixo geográfico de desenvolvimento e um olhar diferenciado sobre o Brasil e, por isso mesmo, constitui inegável legado de um estadista que liderou uma geração de brasileiros com os pés no presente e a visão no futuro.

Em 2009, o Distrito Federal caminhava para a consolidação de um modelo de gestão que privilegiava o projeto neoliberal de desenvolvimento, cujo receituário tem sido responsável pela crise capitalista na Europa ao reduzir o Estado e elevar a influência do mercado, subordinando o interesse público ao mero interesse privado.

Esse caminho de reforço às desigualdades estava na contramão do novo modelo brasileiro inaugurado pelo governo Lula, e continuado pelo governo Dilma, que privilegia o desenvolvimento nacional com distribuição de renda e equidade social. A nossa geração mostrou ser capaz de virar a página colonialista de nossa história, onde os ricos ficavam cada vez mais ricos e poderosos e os pobres mais pobres e miseráveis.

As forças do caos e do atraso valem- se de seus próprios tropeços e trapaças para tentar desqualificar o governo local. Ao enfrentar e superar o caos herdado da iniquidade, o governo Agnelo tem honrado o compromisso de seguir um novo caminho, restaurando os serviços públicos e sintonizando Brasília com os novos rumos do Brasil.

Hoje, cuidar do presente da cidade e, ao mesmo tempo, pensar Brasília–Patrimônio Mundial – para as próximas décadas não é um exercício de futurologia, mas um compromisso impostergável da geração presente com as futuras gerações, mandato intransferível de quem governa com responsabilidade a capital da República.

Jornal de Brasília, 30 de abril de 2013