Apesar de a renda dos moradores ter sofrido impacto com a queda da renda real domiciliar em 2016, na comparação a 2013 e 2011, ainda assim, a renda de 12.598,00 é considerada alta, o equivalente a 14,32 salários mínimos mensais, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), divulgada nesta tarde (6), na Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Para o diretor de Pesquisas Socioeconômicas, Bruno de Oliveira Cruz, 40,15% são empregados assalariados, com 37,34% atuando com carteira de trabalho assinada. Dos responsáveis, 23,60% estão no segmento do serviço público e militar. Aqueles que trabalham por conta própria, autônomos, totalizam 23,60%. As demais atividades são pouco representativas ou inexistentes. Cruz afirmou que 56% da população tem nível superior, incluindo, especialização, mestrado e doutorado, ficando atrás só da Região Administrativa do Sudoeste.

Com relação à renda per capita, houve decréscimo em relação a 2011, contudo, ao comparar com a renda de 2013, a pesquisa mostrou pequeno acréscimo. A boa notícia é que o percentual de postos de trabalho na própria região, 18,77%, cresceu em relação a 2013 e 2011.

Dois pontos chamaram atenção do presidente da Codeplan, Lucio Rennó: aumento do número de domicílios e o aumento da desigualdade. “São 122 domicílios em situação de vulnerabilidade, número considerado alto para a RA. Houve mudança do perfil dos moradores, e a mudança desse perfil é provável que tenha contribuído para puxar a renda para baixo. Mas, somente a partir da desagregação dos dados, é que teremos um novo entendimento da mudança do perfil da população”.

A Pdad apurou que, no Lago Norte, dos responsáveis pelos domicílios, 34,88% trabalham na Administração Pública, 18,64%, no Comércio e 12,32%, na Comunicação e Informação. Do universo de 37.455 habitantes, 50,78% encontram-se na faixa etária de 25 a 59 anos, seguida dos idosos, 25,07%, e as crianças, na faixa de zero a 14 anos, representam 12,79%.

O Lago Norte está situado na Unidade de Planejamento Central Adjacente I – UPT II, que abrange também as RA´s do Lago Sul, Park Way e Varjão. Foi a partir de 1993 que a cidade começou a crescer, trazendo normas de ocupação e implementação de equipamentos urbanos. Por força de lei, no ano seguinte, 1994, foi criada a Região Administrativa XVIII.

Na Região, a totalidade das residências é permanente, sendo que 0,20% está em construção. Prevalecem as casas, 70,00%, e 28,40% são apartamentos. De acordo com a arquiteta da Diretoria de Estudos Urbanos e Ambientais, da Codeplan, Eliana Klarmann Porto, ao apresentar as características urbanas da Região, disse que na RA aumenta a tendência à verticalização nas moradias. 

A arquiteta enfatizou os serviços de fornecimento de energia elétrica pela rede geral, bem como o de água e o serviço de coleta de lixo. Ela disse que os serviços estão presentes em quase todos os domicílios.

“São dados de valores inestimáveis mostrados hoje aqui, na Codeplan”, enfatizou o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann, presente na divulgação da pesquisa. Para ele, é preciso ter um olhar amplo e específico no levantamento das necessidades da comunidade. Woortmann afirmou que vem trabalhando e acompanhando a expansão urbana no Lago Norte na luta contra a irregularização. 

Com relação à desigualdade, ele disse que esse evento se deve “provavelmente à construção de pequenos condomínios familiares e à presença de pessoas trabalhando e pernoitando nos domicílios, como os cuidadores”, exemplificou o administrador.

Acesse a íntegra da PDAD do Lago Norte (2016) e o Resumo

Reportagem: Eliane Menezes
Foto: Toninho Leite