A taxa de desemprego total no DF elevou-se ao passar de 15,4%, em dezembro de 2015, para 16,6%, em janeiro de 2016, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na manhã de hoje, na Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto aumentou de 11,9% para 12,7%. A de desemprego oculto variou de 3,6% para 3,9%. A PED apontou que a taxa de desemprego por atributos pessoais aumentou em janeiro de 2016, em relação a dezembro de 2015, entretanto, “a taxa pesou mais para os declarados negros e os jovens. A faixa de 18 a 24 anos teve aumento de 28,7 para 30,3, seguida da faixa de 25 a 29 anos, que subiu de 13,5 para 18,6”, destacou a coordenadora de Análise do Dieese, Adalgisa Lara Amaral, ao fazer a apresentação dos dados da pesquisa.
Adalgisa disse ainda que 257 mil pessoas ficaram fora do mercado de trabalho, o equivalente a 20 mil a mais do que no mês anterior. A explicação para esse elevado contingente de desempregados está respaldada em dois fatores: a eliminação de seis mil postos diversos de trabalho ou menos 0,5% e ao aumento da População Economicamente Ativa.
Brasília registrou a segunda taxa mais alta de desemprego do País – tanto na análise dos últimos 12 meses como na análise mensal, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). “O aumento da taxa de desemprego tem sido tendência desde agosto do ano passado. Estamos vivendo um processo significativo de perda de postos de trabalho, por isso é preocupante o cenário tal qual se apresenta”, afirmou o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, ao participar da divulgação da pesquisa.
O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, reafirmou a tendência de alta na taxa de desemprego no DF. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a taxa de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho vem sendo reduzida, a partir da segunda metade do segundo semestre de 2015. “Quando se olha as taxas de desemprego, observa-se que houve maior aumento da taxa nos grupos com menor faixa de renda. O desemprego aliado à inflação no País contribui para o quadro não muito otimista da situação”, enfatizou Bruno.
Ocupação por setor
Ao se analisar os setores de atividades por ocupação, a construção civil foi o setor que registrou maior queda na quantidade de empregados, o equivalente a -7,4%, seguida do comércio, -3,2%. O setor de serviço apresentou relativa estabilidade, com acréscimo de 0,1%. Já a indústria de transformação, setores de fabricação de bebidas e de alimentos industrializados foram os que mais tiveram contratações no Distrito Federal.
O secretário-adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, disse que os dados são reflexos da atual crise financeira enfrentada pelo Brasil, e que o primeiro trimestre do ano apresenta redução nos postos de trabalho e aumento do desemprego. Ele relacionou algumas ações que foram implementadas pela Secretaria com o objetivo de minimizar a situação do desemprego no Distrito Federal, entre eles o fomento ao empreendedorismo, a qualificação por meio de cursos.
A pesquisa feita, mensalmente, é resultado de parceria entre a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), além da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Participou também da divulgação o supervisor técnico do Dieese Max Leno de Almeida.
Confira os resultados aqui.
Reportagem: Eliane Menezes
Foto: Agência Brasília/Gabriel Jabur
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